Uma equipe de cientistas ingleses, americanos e poloneses, coordenada pela Universidade de Bristol, na Grã Bretanha, descobriu os mais antigos indícios de fabricação do queijo ao analisar fragmentos de cerâmica com 7.500 anos. O estudo com a descoberta foi publicado nesta quinta-feira na revista Nature.
As peças pré-históricas, oriundas da região polonesa de Kuyavia, têm as mesmas perfurações dos atuais coadores de queijo, segundo os pesquisadores.
Eles analisaram os ácidos graxos impregnados na cerâmica. Concluíram que eram usados para filtrar o leite, separando os coalhos ricos em gordura do soro, que continha lactose — substância à qual grande parte da população na época era intolerante.
"A presença de resíduos de leite em peneiras constitui a mais antiga evidência direta de fabricação de queijos", disse Mélanie Salque, da Universidade de Bristol, uma das autoras do estudo. "Antes desse estudo, não estava claro se o leite das vacas era usado na Europa por volta de 7.000 anos atrás. Até agora, as evidências mais antigas da fabricação de queijo eram iconográficas." Até agora, os indícios mais antigos da produção vinham de murais que retratavam o processamento do leite, mas que eram vários milênios mais novos que a cerâmica polonesa.
Resíduos de leite já haviam sido encontrados em sítios arqueológicos com até 8.000 anos na Turquia e Líbia, mas não havia evidência de que o produto tivesse sido transformado em queijo.
Peter Bogucki, um dos co-autores do estudo, diz que além de mostrar que os humanos já faziam queijo havia 7.000 anos, esses resultados trazem evidências do consumo de produtos com baixa lactose na Pré-História. "Fazer queijo era uma maneira de reduzir a lactose do leite, e nós sabemos que naquele tempo a maioria dos humanos era intolerante à lactose. Produzir queijo era é uma maneira eficiente de explorar os benefícios nutricionais do leite sem passar mal por causa da lactose."
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