ONDE FICA O MÚSCULO PERIFORME
Segundo o Prof. Elenilton Picoli "o músculo piriforme se estende desde a superfície pélvica do osso sacro (coluna) até a borda superior do trocânter maior (fêmur) e sua função principal é a de mover a coxa lateralmente e gerar uma rotação lateral". Ele é um músculo muito pequeno e estreito localizado na região profunda do glúteo e o nervo siático, que sai da coluna, passa entre os músculos piriforme e obturador interno, embora em cerca de 15% das pessoas o nervo atravesse o músculo piriforme. Nas condições em que o músculo piriforme esteja tenso, hipertrofiado ou apresentando um espasmo localizado, o nervo ciático poderá ser comprometido. A síndrome acomete corredores, ciclistas, triatletas e praticantes de academia. "Além disso, a posição sentada por longos períodos na bicicleta ou mesmo os impactos repetidos durante um treino de mountain bike podem provocar dor local", complementa o Prof. Elenilton Picoli. Na corrida, os treinos de subida são alguns dos fatores desencadeantes da s. do piriforme.
SÍNDROME DO PERIFORME
É uma condição neuromuscular pouco comum em que o nervo ciático – o maior nervo do corpo – fica comprimido, incarcerado ou irritado. É uma neurite (inflamação do nervo) na parte proximal do nervo ciático. "A compressão ou encarceramento deste nervo pelo músculo piriforme, devido a espasmo e/ou contratura, causa dor, que costuma ser descrita como formigamento, queimação ou parestesia", complementa o Prof. Picoli. A dor pode ocorrer na cóccix, quadril, glúteo, virilha, coxa ou parte distal da perna (irradia ao longo da perna). Como podem ver, não há um local preciso. Há piora da dor quando a pessoa fica sentado por muito tempo, sobe escadas, caminha, ou corre. O primeiro a descrever a síndrome do piriforme foi Yeoman, em 1928, que chamou a condição de periartrite da articulação sacroilíaca anterior. A história desta síndrome origina em uma das muitas causas de dor lombar e dor na perna. Foi descoberto que muitos pacientes que haviam passado por cirurgias mal sucedidas na região lombossacral tinham na verdade a síndrome do piriforme. Tanto parece com a ciática que às vezes é chamado de pseudociática (“falsa ciática”).
AS CAUSAS DESSAS DORES
Forma primária – pode resultar de anomalias musculares com hipertrofia, de fibrose ou de alterações anatómicas (parciais ou totais) do nervo, dor miosfascial e miosite, entre várias outras causas. Forma secundária – pode resultar, por exemplo, de hiperlordose, de traumatismos na região sacro-ilíaca e glútea (ex. prótese total do quadril), de pseudo-aneurismas da artéria glútea inferior, hematomas ou de esforço físico exagerado. Quando se apresenta em ambos os lados, pode estar relacionado com a imobilização prolongada, com flexão da coxa, no período pós-cirúrgico.
QUAIS SÃO OS SINTOMAS
Seus sintomas são muito parecidos com ou praticamente indistinguíveis da dor ciática. O paciente pode sentir dor na coluna e na perna. Pode ter aumento da dor quando a coxa é movimentada para fora.
QUAL O DIAGNÓSTICO
Como os sintomas são muito parecidos com os da dor lombar ou da dor ciática, para chegar a um diagnóstico, é fundamental levar em conta a história do paciente e o exame físico. Existe pouca informação na literatura (médica) sobre a síndrome do piriforme, em comparação com o que se sabe da hérnia de disco ou ciática, por exemplo, mas, há consenso sobre os achados clínicos que caracterizam a síndrome. Exames com imagens como raio-X, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética da coluna podem excluir a possibilidade de patologia vertebral/radiculopatia. O raio-X sozinho não consegue mostrar se o nervo está irritado na região do músculo piriforme. Exame diagnóstico com ultrassonografia é capaz de mostrar a morfologia do músculo piriforme, e assim ajudar em detectar anormalidades, enquanto a termografia infravermelha pode indicar focos de inflamação.
QUE TRATAMENTO FAZER
O tratamento pode ser fisioterápico, com repouso, gelo, alongamento e massagem. Seu médico pode também receitar um antiinflamatório ou um relaxante muscular. É aconselhável interromper as atividades de correr ou caminhar e modificar as atividades. No caso de atletas, o retorno precoce às atividades pode agravar a lesão. Quando a dor é refratária, ou seja, continua mesmo após o tratamento conservador, a próxima indicação na escada analgésica é a técnica intervencionista de infiltração com anestésico local. Caso a dor retorne, pode ser utilizada a toxina botulínica no músculo piriforme.
QUAL PODE SER O PROGNÓSTICO
Geralmente é bom. Uma vez que os sintomas da condição são tratados, a pessoa pode retomar suas atividades. Em alguns casos, seu programa de exercícios pode precisar de modificações para reduzir a possibilidade de recorrência ou piora. Prevenção – pode se prevenir contra esta condição praticando esportes ou exercitando-se sem demandas excessivas sobre os glúteos.
COMO EVITAR A SINDROME DO PIRIFORME
Para o Prof. Picoli, "a prevenção pode ser feita através de um treinamento adequado, com exercícios de alongamento dos músculos rotadores internos e externos do quadril acompanhados de aquecimento adequado". Moderação nos exercícios de fortalecimento de glúteos, sempre acompanhados por exercícios de alongamento
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